segunda-feira, 20 de julho de 2009

É você que em você tem que crescer em mim.

Não gosto de inserir no blog textos longos. Nesse caso não tive outra escolha. Se tiver paciência prá ler, vá em frente. Acredito que valerá a pena.

Outro dia ao me deitar resolvi conversar com Deus. Há algum tempo eu estava muito ocupado e cansado para pensar em outra coisa a não ser no meu olho esquerdo que, desde fevereiro, sempre estava irritado. Quando não era ele, era a pálpebra inferior e, quando essa me dava uma trégua, a superior se irritava.

Na verdade, começou com a pálpebra inferior, depois a superior, por último a conjuntiva. Esse ciclo vinha se repetindo com freqüência, dia após dia. Cheguei a ter conjuntivite e, depois dela, uma bactéria se alojou no canto esquerdo do olho. Coceira insuportável, mancha vermelha, descamação da pele, colírio, pomada, gaze e soro fisiológico foram minhas companhias mais próximas nestes longos primeiros meses do ano.

Contabilizei oito visitas a diferentes profissionais das áreas de dermatologia, oftalmologia e alergia.

Fui enxergar no passado e vi as reais bactérias que haviam se alojado em mim nessa longa estação. Eram muitas, vinham de toda parte e agrediam minha essência. Por ver algo tão ofensivo, escolhi o olho esquerdo para rejeitar o que me intoxicava. Era meu protesto, minha guerrilha, minha guerra fria. Às vezes é mais inteligente fechar os olhos. Ainda prefiro deixá-los bem abertos, mesmo com a ajuda de colírio e pomada.

Pelo olho esquerdo e a irritação, escrevi “Mudei o jeito de olhar”, o primeiro texto deste blog. Os dois, o olho e a irritação, me fizeram mudar o jeito de olhar. A irritação não era dele, era minha. O olho também. Sou grato a eles.

Não me esqueci de contar sobre minha conversa com Deus. Era necessário esse contexto. Nessa história, Ele esteve presente de três maneiras. Ele sempre esteve desde o começo, mas só fui perceber isso agora. Dessas três, duas foram como Ele sempre faz comigo – pelos sonhos. A outra por um livro, A Cabana.

Você já sabe, eu havia acabado de me deitar. A irritação que antes estava só no olho esquerdo, já tinha chegado até meus pensamentos e havia enfraquecido minha fé. Eu estava bem desanimado e já tinha me esquecido – desde muito tempo - da frase falada em pensamento quando sofria algum desconforto:

- Agora mesmo isso passa.

Com ela eu tinha o poder de tornar o “possível infinito” no finito. Eu era o controle, o comando, mas agora o comandado.

Pedi a Deus uma resposta para entender a causa dessa insistente irritação no olho esquerdo. Também perguntei por onde Ele andava que não enviava uma resposta e uma solução definitiva. Sempre fui cheio de fé. Aprendi com minha mãe e com as respostas e sinais que tinha e tenho em meus sonhos.

Também pedi a minha mãe, já falecida, que me desse algum sinal, uma resposta. A dela veio primeiro. Em sonho recebi sua visita e olhando firmemente nos meus olhos disse que eu só seria curado quando aprendesse a perdoar. Não entendi a mensagem, pois, honestamente não guardo nenhum rancor.

Não tinha nada que fazer senão pensar nisso. Descobri-me exigente demais comigo e, quase sempre, implacável com minha condição humana – que permite falhas. Continuo exigente. Estou praticando o perdão. Ele é libertador.

Numa noite acordei com a frase escutada em sonho: “É você que em você tem que crescer em mim”. Um susto. Um pulo da cama. Uma anotação num pedaço de papel. Uma madrugada para decifrar o sinal vindo Dele.

Entendi que esperava demais que Ele, Deus, se fizesse presente em mim, crescesse em mim. Uma tolice de quem tem a visão limitada. E nesse caso não foi pela irritação.

Ele por si só é total e não precisa ser preenchido. Eu, na minha pequenez da fé é que precisava me preencher Nele, crescer Nele, acreditar Nele.

Tenho, diariamente, reforçado minha fé. Nossa Senhora Desatadora dos Nós tem me auxiliado nisso. Não é fácil a entrega livre, despretensiosa, leve e segura. É um crescendo – um infinito no gerúndio. Ainda vacilo. Concedo-me o perdão por isso.

E o livro A Cabana, onde se encaixa? Ele estava lá, nas Lojas Americanas. Fui apresentado a ele por uma amiga, a Lú Paranahyba. Não o comprei naquele dia. Prá ser sincero não dei muita importância a ele. Preferi comprar DVDs de filmes assistidos em outras épocas. As vezes sou saudosista.

Insistente Ele foi, Deus, em colocar-me na Cabana. Dessa vez a indicação veio pela Andréia Chaves, uma amiga de trabalho. Não resisti. Comprei-o.

Uma frase, intrigante, do livro: “Eu (Deus) tenho a ver com ser. À medida que você cresce no relacionamento comigo, o que fizer simplesmente refletirá quem você realmente é”. Esta e a frase escutada no sonho eram similares e se complementavam. Fortes, intensas, transformadoras, grandiosas.

Entendi o recado. Mudei o jeito de olhar. Mudei o jeito de me enxergar. Mudei minha relação comigo. Mudei minha relação com Deus.

Àquelas antigas companhias, as deixei de lado. Ainda prefiro minha família e amigos. O olho continua comigo. Aliás, os dois olhos. A irritação, muito menos insistente - tem sumido à medida que cresço na minha relação com Deus e me concedo o perdão.

Um comentário:

  1. Amigo de fé, que saudade de você! Que bom que esteja compartilhando um pouco de você conosco.Muito bonitas as suas palavras e reflexões. A expressão é a sua melhor forma e por algum tempo você deixou de fazer isso. bj

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