sexta-feira, 10 de julho de 2009

Cansei-me delas.

Não tenho mais certezas. Cansei-me delas.

Sentindo-me cansado, resolvi pensar naquilo que me cansava. Mais cansado fiquei de pensar no que me cansava.

Pensar cansa porque exige muitas conexões. Exige muito de nós. De vez em quando sou preguiçoso.

Buscamos respostas que, nem sempre, são encontradas - não que estejam perdidas ou foram escondidas por alguém. E não que precisam ser buscadas.

Elas estão lá ou não estão ou não existem. E, se estiverem, talvez não queiram sair de lá, serem encontradas, incomodadas.

Também criamos algumas por conveniência – principalmente àquelas que nos traz a sensação de poder absoluto.

Outras são imaginadas para explicar aquilo que não precisa ser explicado.
A explicação não mudará a ordem das coisas. Por certo pode acalmar o nosso desejo de controle e razão.


Quando encontramos alguma resposta, queremos que seja a melhor e fidedigna. O ego da gente é muito grande. Não basta ter a resposta. Ela precisa ser certa, certeira, indiscutível.

Já me peguei defendendo minhas certezas que eram só minhas.

Já vi olhando para mim algumas certezas que não eram minhas. Preferi tirar o olho delas. Algumas já me seduziram e minhas certezas se apaixonaram pelas certezas que não eram minhas. Tenho me percebido flexível nisso.

Minhas certezas já se confrontaram entre si e com as de outras pessoas – algumas que me são caras e outras nem tanto.

Gosto do confronto porque me desafia a ter argumentos. Sou competitivo. Prefiro cautela à teimosia.

Não me canso do pensamento e nem ele de mim.

Senhor e escravo. Comandante ou Marujo. Eu e ele vivemos essa relação. Não é cansativa. É instigante, deliciosa.

Pensei que o pensamento fosse o motivo do meu cansaço. Não era.
As certezas é que ficavam por um longo tempo na posição de Comandante ou Senhor. Hoje não mais. Cansei-me delas.

Um comentário:

  1. José Geraldo, continuo acompanhando seu blog e me encantando com todos os textos. Parabéns, viu? bjs, Renata

    ResponderExcluir